segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Enfim a era da desconstrução

Parece que agora vai. Hoje 2ª. feira (2) o presidente Lula assina o decreto que sanciona a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), depois de nada menos que 21 anos de idas e vindas nas mãos dos deputados. Faltam ainda detalhes para que a lei funcione plenamente: os ministérios relacionados ao assunto precisam propor discussões com a sociedade e encaminhar ajustes.
Em linhas gerais, o texto aprovado pelo Senado pressupõe a ordem de prioridade na gestão dos resíduos dessa forma: a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento e a disposição final adequada.
Na prática, as empresas vão ter que desconstruir os produtos descartados pelo consumidor e dar um destino adequado a todos os componentes de que foram feitos. Inclusive as embalagens.
A inovação passa agora a fazer parte da estratégia das empresas. Elas terão que desconstruir também seus conceitos de produção na busca por matérias-primas mais adequadas, diminuir a quantidade de elementos tóxicos, repensar produtos ecoeficientes, que deixem menos resíduos e sejam mais recicláveis.
Enfim, a lei vai mexer – e para melhor – com toda a cadeia de produção.
Com isto, os indesejáveis lixões tornam-se ilegais e a coleta seletiva precisará ser efetivamente implantada nas cidades. A lei é clara: fica proibido lançar resíduos a céu aberto (exceto os provenientes de mineração), nas praias, no mar, em rios e lagos. É proibida a queima a céu aberto ou em instalações não autorizadas.
Com o PNRS o processo de reciclagem no Brasil deixa de ter aquele velho esquema mambembe, com catadores informais recolhendo materiais nas ruas e lixões. Eles terão, sim, papel fundamental no processo, mas integrados a cooperativas regulamentadas.
Se a indústria vai ter que adaptar-se, caberá ao consumidor fazer valer a tal logística reversa. O termo, árido, pode ser traduzido simplesmente para “devolução”. Quando o ciclo de vida do produto que você adquiriu chegar ao fim, devolva-o ao fabricante. Esta será sua tarefa daqui para frente.
É só um começo. O PNRS será elaborado e aperfeiçoado ao longo de 20 anos com atualizações a cada 4 anos, sendo que a partir da assinatura do decreto, em agosto, a primeira meta é fazer um levantamento da situação dos resíduos sólidos no país.
Que ninguém se iluda. Se eu e você – cidadãos consumidores – não ficarmos atentos a esses desdobramentos, corremos o risco de ter mais uma daquelas leis que não pegam, ficam só no papel.

Afonso Capelas Jr.

publicado em: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/sustentavelnapratica/enfim-era-desconstrucao-254103_post.shtml acesso: 02 de agosto de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

TEXTO DA CARTA DA TERRA

O texto da Carta da Terra

PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
maior responsabilidade de promover o bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.
Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
stabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que
causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses
organismos prejudiciais.
Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.
Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias
ambientais seguras.
Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
Assegurar que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais
atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas
conseqüências de suas atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da
família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu
papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.
Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em
massa.
Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
Fonte: http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html

PNRS


Depois de 19 longos anos de tramitação, o Congresso Nacional aprovou, no dia 10 de março, o projeto de lei que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Agora no Senado, ela precisa ser aprovada com rapidez para que possa ser sancionada ainda neste ano, tirando o Brasil de um imbróglio legislativo no qual estados, municípios, empresas e cidadãos seguem sem orientação clara de como lidar com as cerca de 150 mil toneladas de lixo urbano gerados diariamente no país. Para falar sobre os avanços e desafios trazidos pela nova lei, o “Cempre Informa” conversou com representantes de diferentes segmentos da sociedade – Adriana Charoux, da área de Responsabilidade Social e Consumo Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Arnaldo Jardim, deputado federal (PPS-SP) coordenador do Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos da Câmara, Cícero Lucena, senador (PSDB-PB), Severino Júnior, representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Silvano Costa, secretário nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, e Victor Bicca, diretor de Assuntos Governamentais da Coca-Cola Brasil e presidente do Cempre. Confira:




Qual o impacto prático da aprovação da Política na vida dos brasileiros?



Adriana Charoux - A partir da vigência da lei, os consumidores terão a obrigação, sempre que houver coleta seletiva em seu município, de acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os materiais reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução. Essa obrigação deve vir acompanhada de mais informação além de mais canais de descarte apropriado.



Silvano Costa - Uma vez aprovada, a Política institui a responsabilidade compartilhada que abrange fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos quanto ao ciclo de vida dos produtos. Ou seja, todos nós seremos responsáveis pelos resíduos sólidos que gerarmos.



Arnaldo Jardim – Construir um modelo de Política Nacional é uma tarefa complexa que demanda ações conjuntas do poder público, das empresas e da sociedade. A proposta da PNRS, fundamentada na Constituição Federal, é de estabelecer normas gerais, ou seja, dar ao país diretrizes para gestão e gerenciamento dos resíduos. Contudo, estou convencido de que os estados e municípios, embasados por essas diretrizes, deverão estabelecer legislações próprias, dentro das suas peculiaridades e realidades, proporcionando às respectivas populações um modelo eficiente que priorizará a não-geração de resíduos, a reciclagem e a destinação adequada que estarão diretamente associadas ao cotidiano de cada cidadão.



Victor Bicca - Com a Política, todos nós teremos clareza quanto à nossa responsabilidade. Isso vale para as empresas, para o poder público e, principalmente, para os consumidores que são a ignição para as transformações que a sociedade necessita em busca da sustentabilidade. Agora, será possível aumentar a reciclagem e promover a inclusão social e econômica dos catadores. Para as empresas, significará regras transparentes e realistas que, sem dúvida, estimularão o envolvimento do setor privado. Por fim, é o marco legal que determinará uma grande mudança na atual realidade do lixo no Brasil que tem o grande desafio de consolidar o modelo de cooperativas de reciclagem, aumentar a coleta seletiva nos municípios e a disposição

ambiental correta dos resíduos.

O que posso fazer pelo meio ambiente urbano?

O que posso fazer pelo meio ambiente urbano?, por Odair Pavesi*
Enchentes, terremotos, vendavais e outras catástrofes ambientais têm causado milhares de mortes e incalculáveis prejuízos econômicos. Recebem ampla divulgação pela mídia. A destruição do meio ambiente e o impacto negativo para a humanidade é apontada por numerosas pesquisas científicas. Empresários e governantes mostram-se preocupados com a gravidade da situação. Mas ainda é pequeno o número de empresas que desenvolvem ações relevantes em prol da natureza. O fracasso em Copenhague revela o descaso de todas as esferas de governo com as questões ambientais.

O que eu e você podemos fazer para promover a reconstrução do meio ambiente urbano? Abaixo algumas sugestões fáceis, práticas e geradoras de bem-estar e desenvolvimento para todos.
1. Reduzir drasticamente o consumo de produtos excessivamente embalados e materiais de limpeza tóxicos; separar e destinar metais, óleo de cozinha, papéis, plásticos e vidros para a reciclagem.
2. Cultivar plantas em escritórios (uma para cada trabalhador), em apartamentos (uma para cada morador), nos corredores de edifícios comerciais e residenciais (uma para cada sala comercial ou apartamento).
3. Em volta de casas ou empresas, substituir a brita e/ou concreto pelo plantio de grama, plantas ornamentais e medicinais, árvores ornamentais e frutíferas.
4. Instalar fossa-filtro.
5. Cobrir muros e paredões com vegetação.
6. Construir a calçada sem qualquer degrau, plantando faixa de grama junto ao meio-fio e árvores apropriadas para calçadas.
7. Manter o veículo regulado quanto à emissão de ruído e gases, substituindo o catalisador conforme orientação do fabricante.
8. Reduzir drasticamente o consumo de água e energia elétrica.
O resultado desta ação solidária será uma cidade com ruas arborizadas, calçadas em boas condições para caminhar com segurança e com faixa de serviço gramada, muros cobertos por vegetação, casas com jardim, horta e pomar, apartamentos e escritórios com plantas, corredores de edifícios comerciais e residenciais com plantas.
Nesta cidade, os moradores poderão desfrutar da sombra das árvores e de um clima mais fresco, respirar o ar mais rico em oxigênio e menos poluído, alegrar-se com o canto dos pássaros, alimentar-se de modo mais saudável, ter mais oferta de vagas no mercado de trabalho, enfim, viver de modo mais pacífico consigo mesmos, com os outros e com a natureza.
Todas as forças vivas da sociedade são convidadas a participar deste mutirão para revitalizar o meio ambiente urbano. Quando isso ocorrer, todos nós teremos oferecido à humanidade um modelo exemplar de relacionamento com a natureza.
Entretanto, é fundamental que eu e você façamos a nossa parte e não esperemos pelo outro, especialmente se esse outro for o governo.

odairpavesi@yahoo.com.br

sábado, 15 de maio de 2010

Sustentabilidade em foco


Propostas sustentáveis estão em todos os lugares, pessoas ligadas a área ou não, estão se preocupando cada vez mais com as questões de sustentabilidade, porém mais que isso precisamos achar alternativas sustentáveis que tragam benefícios tanto ambiental, econômico e socialmente.
O que torna uma pratica sustentável economicamente viável, e socialmente justa? Parece complicado? Mas não é. Pequenas ações do cotidiano, efetuadas na maneira adequada, a partir da uma integração setorial entre empresas, ONGs e governo, pode proporcionar a execução de tais praticas potencializando sua viabilidade.
Ações do cotidiano como não lavar as calçadas todos os dias, separar o lixo, usar a folha de papel dos dois lados, enfim, as coisas básicas são sim muito importantes para a sustentabilidade, mas agora que a consciência ambiental já esta inserida no nosso contexto, precisamos ampliar suas ramificações partindo para novos meios a fim de sensibilizar a população a efetivar essas ações no seu dia-a-dia.
A empresa de cosméticos Natura atualmente serve de exemplo na gestão ambiental, pois através de praticas simples como a redução de embalagens dos seus produtos a partir da venda em refil, facilita o processo de reciclagem das embalagens pois não faz uso de tantas componentes ( matéria prima) para fabricação das mesma, maximizando a potencialidade de reciclagem pois não precisam de uma separação de seus compostos o que encarece o processo e dificulta a reciclagem alem é claro da mesma utilizar embalagens recicladas.
Então, varias são ações dentro de uma mesma empresa que a tornam ecológica e sustentável alem é claro do lucro gerado em cima disso. É fato que nenhuma empresa vai efetuar uma pratica sustentável se a mesma não lhe trouxer algum lucro, por isso da importância de tal integração.
Na cidade de São Paulo existem alguns supermercados que já utilizam de uma pratica simples, porem eficientes na redução de lixo domiciliar: Antes de sair do super mercado o consumidor se desfaz de embalagens supérfluas, ou seja, que não se fazem necessárias para o acondicionamento do produto, o que traz inúmeros benefícios como o aumentando a proporção de reciclagem dos mesmos, diminui os custos do sistema de coleta da cidade.
O sistema de coleta de lixo domiciliar utilizado no Brasil é através de caminhões adaptados para coleta seletiva ou não, porem o que ocorre na maioria das cidades os caminhões são velhos e sem manutenção o que intensifica a emissão de gases poluentes, assim, se diminuir a quantidade de resíduos nos domicílios a frota de caminhões também diminuirá dessa forma ocorre à redução das emissões de gases como o CO2 melhorando cada vez mais o processo, tornando mais sustentável.
Essas atitudes exemplificam um processo de integração setorial, ou seja, órgãos públicos prefeitura, juntamente com uma rede de supermercados podem fazer uma fusão que traga benefícios econômicos, sociais e ambientais. Através da separação adequada de resíduos no próprio supermercado, e uma coleta eficiente realizada pela prefeitura, ocorrera uma redução de custos, tornando o processo econômico, socialmente a sensibilização da população quanto à importância na separação dos resíduos, e claro o ganho ambiental é enorme.
A integração setorial pode ser efetivada em vários segmentos, através de um plano de gestão que identifique a metodologia a ser utilizada e os benefícios que isso trará nos três segmentos: econômico, social e ambiental. Assim com certeza tanto empresas, ONGs e órgãos públicos se interessarão cada vez mais por projetos desse gênero ampliando os programas de sustentabilidade e tornando-os mais eficientes e eficazes.
Propostas sustentáveis estão em todos os lugares, pessoas ligadas a área ou não, estão se preocupando cada vez mais com as questões de sustentabilidade, porém mais que isso precisamos achar alternativas sustentáveis que tragam benefícios tanto ambiental, econômico e socialmente.
O que torna uma pratica sustentável economicamente viável, e socialmente justa? Parece complicado? Mas não é. Pequenas ações do cotidiano, efetuadas na maneira adequada, a partir da uma integração setorial entre empresas, ONGs e governo, pode proporcionar a execução de tais praticas potencializando sua viabilidade.
Ações do cotidiano como não lavar as calçadas todos os dias, separar o lixo, usar a folha de papel dos dois lados, enfim, as coisas básicas são sim muito importantes para a sustentabilidade, mas agora que a consciência ambiental já esta inserida no nosso contexto, precisamos ampliar suas ramificações partindo para novos meios a fim de sensibilizar a população a efetivar essas ações no seu dia-a-dia.
A empresa de cosméticos Natura atualmente serve de exemplo na gestão ambiental, pois através de praticas simples como a redução de embalagens dos seus produtos a partir da venda em refil, facilita o processo de reciclagem das embalagens pois não faz uso de tantas componentes ( matéria prima) para fabricação das mesma, maximizando a potencialidade de reciclagem pois não precisam de uma separação de seus compostos o que encarece o processo e dificulta a reciclagem alem é claro da mesma utilizar embalagens recicladas.
Então, varias são ações dentro de uma mesma empresa que a tornam ecológica e sustentável alem é claro do lucro gerado em cima disso. É fato que nenhuma empresa vai efetuar uma pratica sustentável se a mesma não lhe trouxer algum lucro, por isso da importância de tal integração.
Na cidade de São Paulo existem alguns supermercados que já utilizam de uma pratica simples, porem eficientes na redução de lixo domiciliar: Antes de sair do super mercado o consumidor se desfaz de embalagens supérfluas, ou seja, que não se fazem necessárias para o acondicionamento do produto, o que traz inúmeros benefícios como o aumentando a proporção de reciclagem dos mesmos, diminui os custos do sistema de coleta da cidade.
O sistema de coleta de lixo domiciliar utilizado no Brasil é através de caminhões adaptados para coleta seletiva ou não, porem o que ocorre na maioria das cidades os caminhões são velhos e sem manutenção o que intensifica a emissão de gases poluentes, assim, se diminuir a quantidade de resíduos nos domicílios a frota de caminhões também diminuirá dessa forma ocorre à redução das emissões de gases como o CO2 melhorando cada vez mais o processo, tornando mais sustentável.
Essas atitudes exemplificam um processo de integração setorial, ou seja, órgãos públicos prefeitura, juntamente com uma rede de supermercados podem fazer uma fusão que traga benefícios econômicos, sociais e ambientais. Através da separação adequada de resíduos no próprio supermercado, e uma coleta eficiente realizada pela prefeitura, ocorrera uma redução de custos, tornando o processo econômico, socialmente a sensibilização da população quanto à importância na separação dos resíduos, e claro o ganho ambiental é enorme.
A integração setorial pode ser efetivada em vários segmentos, através de um plano de gestão que identifique a metodologia a ser utilizada e os benefícios que isso trará nos três segmentos: econômico, social e ambiental. Assim com certeza tanto empresas, ONGs e órgãos públicos se interessarão cada vez mais por projetos desse gênero ampliando os programas de sustentabilidade e tornando-os mais eficientes e eficazes.



por Datinny L. Fiorese

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

15ª Convenção das Nações Unidas para Combate as Mudanças Climáticas


Nesta dia 07 em Copenhagen, na Dinamarca, começou a 15ª Reunião Mundial da ONU para combate as mudanças climáticas. Infelizmente esta reunião começa com uma grande duvida e pergunta: Será que esta 15ª tentativa para os governos de todo o mundo encontrar um caminho para reverter a atual degradação do Planeta, devido ao aumento das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE), realmente resultará em sucesso?

Por 15 anos, cientistas, pesquisadores, políticos e representantes da sociedade tem buscando incessantemente chegar a um acordo para reverter as mudanças climáticas que estamos percebendo no dia-a-dia de nossas vidas e levando-nos a completa destruição da vida no planeta. Contudo, resultados positivos acabam esbarrando em interesses econômicos e políticos muito maiores que os interesses de preservação da biodiversidade e conservação da vida humana.

Nesta edição, tem-se uma esperança a mais: o desejo revelado do presidente dos EUA Barak Obama de apoiar e promover avanços nas questões sobre mudanças climáticas, entretanto, ainda não há consenso sobre as reais consequências e o que fazer para o estabelecimento deste controle e diminuição dos seus efeitos negativos. E por isso, muitos acreditam que melhor que forçar um resultado ou um acordo para ratificar o Protocolo de Quioto, seria iniciar todo um novo processo.

O fato é: o Planeta necessita de ações imediatas de todos nós, não só daqueles que estão em Copenhagen, mas de cada cidadão desta casa chamada Terra, e para isso precisamos mudar nossas atitudes imediatamente, sejam elas atitudes pequenas, grandes, individuais ou coletivas. Sem as mudanças de nossos hábitos e ações, não adianta reuniões e decisões mundiais, pois o meio ambiente é estabelecido por pequenas áreas, tais como nossas casas, quintais, trabalho e cidades.

Portanto, devemos esperar e ter esperanças a respeito das decisões que serão tomadas nesta reunião, contudo, devemos começar pelas nossas AÇÕES. Faça a sua parte, não esperemos dos outros aquilo que nós não nos dispomos a fazer.

O Planeta tem solução, a reversão da destruição do meio ambiente é possível, mas para isso NÓS, temos que dar o primeiro passo.

Assim, a Gazeta da Vizinhança esta dando o seu primeiro passo, a partir desta edição semanalmente, estaremos divulgando pontos que podem ser tratados e melhorados por nós e assim melhorar o nosso Planeta e minimizar os efeitos destrutivos dos Gases Efeito Estufa sobre a biodiversidade e a qualidade de vida no Planeta.
Profº Msc. Marcelo Langer do curso de Engenharia Ambiental - Unisep
(Texto publicado no Jornal Gazeta da Vizinhança em 08 de dezembro de 2009.)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Mata Ciliar na Cidade de Dois Vizinhos - Por Edson Paz de Macedo


Mata ciliar é a formação vegetal localizada nas margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes. Considerada pelo Código Florestal Federal como "área de preservação permanente", com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma extensão específica de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente.


As matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ecológico, oferecendo proteção para as águas e o solo, reduzindo o assoreamento de rios, lagos e represas e impedindo o aporte de poluentes para o meio aquático. Formam, além disso, corredores que contribuem para a conservação da biodiversidade, fornecem alimento e abrigo para a fauna; constituem barreiras naturais contra a disseminação de pragas e doenças da agricultura, durante seu crescimento, absorvem e fixam dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelas mudanças climáticas que afetam o planeta.

Na cidade de Dois Vizinhos o uso das áreas naturais e do solo para a agricultura, pecuária e loteamentos, contribuíram para a redução da vegetação original, chegando a muitos casos na ausência da mata ciliar, é o caso do rio Jirau alto, o principal rio que abastece a cidade. A ausência da mata ciliar faz com que a água da chuva escoe sobre a superfície, não permitindo sua infiltração e armazenamento no lençol freático. Com isso, reduzem-se as nascentes, os córregos, os rios e os riachos.

A prefeitura de Dois Vizinhos, juntamente com o Governo Estadual, realiza projetos desde a década de 90 para recuperação das matas ciliares em nosso município, a maior dificuldade é a conscientização e principalmente à aceitação por parte dos agricultores e da população em geral, na questão de preservar as nossas matas ciliares.

A ausência ou a redução da mata ciliar pode provocar o aparecimento de pragas e doenças na lavoura, com a eliminação da mata ciliar, reduz a fauna e consequentemente reduz os inimigos naturais, permitindo o desenvolvimento e proliferação de animais (insetos) que antes seriam controlados por outros animais (servindo-lhes de alimento) e controlando a sua população, evitando assim, prejuízos econômicos às propriedades rurais.

O desmatamento e o mau uso dos recursos naturais revelam o descaso que a população em geral tem em relação à preservação do meio ambiente. As áreas naturais possibilitam que as espécies, tanto da flora, quanto da fauna, possa se deslocar, reproduzir e garantir a biodiversidade da região.

Cabem a todos nós, a fiscalização e a obrigação de conservar e recuperar nossas matas ciliares e conscientizar o maior número de pessoas possíveis, para garantir que nossa futura geração possa usufruir dos inúmeros benefícios que a natureza nos oferece.





(Edson Paz de Macedo)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Uso da Reserva Legal

Definimos que reserva legal é uma área de preservação localizada no interior de uma propriedade, podendo ser utilizada para outros fins sustentáveis, qualquer pessoa que possui um imóvel rural é obrigado a instituir a reserva legal. Para assegurar o cumprimento das leis ambientais o Código Florestal obriga a qualquer agente que danificar o meio ambiente ou desrespeitar a reserva legal a reparar o dano. O estado é um grande responsável pelo meio ambiente, tanto como agente causador de dano, como preservador, pois cabe ao mesmo fazer valer as leis que ele próprio cria e caso este as desrespeite, será punido como qualquer pessoa.

A Reserva Legal deve ser utilizada para a “reabilitação dos processos ecológicos, conservação da biodiversidade e o abrigo e proteção de fauna e flora nativas.”

Com o inicio da agricultura e a vontade incessante do homem em produzir capital, começou-se o desmatamento, ou seja, com o intuito de crescimento econômico o homem passou a destruir florestas, árvores, enfim tudo que pudesse lhe render lucro, sendo assim foi criada a reserva legal.

Ela varia de acordo com o bioma e o tamanho da propriedade e pode ser:

I – 80% da propriedade rural localizada na Amazônia Legal.

II – 35% da propriedade rural localizada no bioma cerrado dentro dos estados que compõem a Amazônia Legal.

III- 20% nas propriedades rurais localizadas nas demais regiões do país.

A legislação ambiental destinou uma área no interior das propriedades, para atingir os objetivos nela previsto e para que a propriedade efetivamente cumpra sua função sócio-ambiental. Desta forma, em principio é uma área de reserva legal uma limitação administrativa, onde o proprietário somente pode operar se seguir determinadas leis.

Os princípios ambientais tais como os que definem a reserva legal tem sido de vital importância para a preservação do meio ambiente.

Na realidade o que falta ainda é consciência, ou seja, o ser humano deixe de pensar apenas em favorecimento econômico e pense um pouco na saúde e no bem-estar do próximo e também de toda a sociedade, visto que os males causados ao meio ambiente trazem consequências não apenas para uma pessoa e sim para todo o planeta, devendo cada individuo ser responsabilizado pelo dano que causar ao meio ambiente visto que o dano ambiental é punível e obrigatoriamente indenizável, devendo o causador sofrer sanções.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Construções em Área de Preservação Permanente
(Cristiane Paschoali)

Considera-se Área de Preservação Permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural situada ao longo dos rios ou de qualquer curso de água, reservatório, lagos, lagoas, nascentes, topo de morros, encosta ou parte destas com declividade superior a 45º, dunas, entre outras áreas, conforme o código florestal, Lei 4.771, Artigo 2º, de 15 de setembro de 1965.
Nas áreas rurais a preservação permanente é bem mais visível que nas áreas urbanas, sendo que as propriedades que ficam próximos a cursos d’água ou que tenham nascentes, estão implantando a APP, essa realidade já pode ser percebida em nossa região. Um dos motivos que levaram a implanta-lá é a exigência da Lei através do SISLEG – Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Permanente, que tem um prazo estabelecido para ser cumprido, onde algumas entidades já o exigem, como por exemplo em Bancos e Financeiras quando há necessidade de fazer financiamentos.
As construções que ficam dentro da APP deveriam ser removidas, mas geralmente o que acontece é a compensação dessa área ocupada em outro local. Essa medida é adotada para que o proprietário possa conciliar ambas as partes, tanto do cumprimento da Lei quanto a sua necessidade, que na maioria dos casos são propriedades pequenas com renda familiar baixa, sem condições de construir novos estabelecimentos.
A realidade que acontece nas propriedades que tem construções dentro de APP, é que acabam adaptando o curso hidrico a sua necessidade, sem levar muito em conta a sua preservação. Já nos casos de fontes de água o que ocorre muito é a drenagem para implantação de lavoura e outras atividades.
Já nas habitações urbanas em torno dos rios, é causado um grau elevado de poluição, onde as empresas tem uma grande contribuição nisto, sendo que algumas destinam de forma ilegal os seus resíduos nos cursos d’água, sem o mínimo de preocupação em destina-lo corretamente. Outros fatores preocupantes são as galerias de esgoto ligados diretamente nos rios e também a grande quantidade de lixo jogado no mesmo.
PLANTIO FLORESTAL DE EXÓTICAS X USO DE NATIVAS

A década de 70, no Brasil, foi a de maior incentivo ao plantio de espécies exóticas. As principais espécies introduzidas foram o Pinus elliottii, o Pinus taeda e algumas diversidades do gênero Eucalyptus; a alguns anos atrás o plantio dessas espécies era praticado apenas por empresas, e não por proprietários de terra, até pelo fato de não possuírem uma tradição silvicultural. Atualmente, porém os agricultores estão vislumbrando a viabilidade econômica da atividade através de parcerias com grandes empresas de fomento florestal em virtude da demanda pelos produtos florestais. É importante mencionar que tratos adequados com essas plantas devem ser tomados a fim de que a qualidade das árvores seja melhor e os lucros dos produtores sejam maiores. Não se pode esquecer também dos lugares de plantio de florestas exóticas, evitar a beira de rios, nascentes; lugares que mesmo com árvores plantadas não podem ser cortadas e além do limite de 20% de reserva legal que devem ser mantidos com vegetação. O plantio de exóticas é importante até que as mesmas não passem a se expandir para as áreas de cultivo naturais, pelo fato de que algumas se dispersam de modo muito rápido.
O plantio de florestas nativas prevê aumentar a quantidade de espécies de árvores e de outras plantas em determinadas áreas, também aumentará o alimento que animais nativos precisam. As florestas nativas são mais resistentes no ataque de pragas, porque já desenvolveram defesas contra elas. Também é muito indicadas para plantios orgânicos que não se utiliza agrotóxicos. As arvores exóticas não tem uma relação com as florestas nativas, podem competir desigualmente pelo espaço, chegando ate matar uma espécie nativa para o uso da água para sobrevivência. Algumas espécies de exóticas tem raízes muito bem preparadas para absorver toda água ate secar o local como o caso do eucalipto. Essas espécies como eucalipto e pinheiro crescem muito rápido e são utilizados para comercialização da madeira.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

USO DE PRODUTOS NÃO MADEIRAVEIS EM RESERVA LEGAL

USO DE PRODUTOS NÃO MADEIRAVEIS EM RESERVA LEGAL





Produtos florestais não-madeireiros consistem em todo o material biológico de origem vegetal não-lenhoso, ou seja, exceto a madeira.

Com o decreto do código florestal brasileiro lei N° 4771 que torna obrigatório todas as propriedades rurais, no caso da nossa região, que tenham 20% de área total coberta de mata, e suas nascentes e rios protegidas, no caso das nascentes sendo protegidas dentro de um raio de 50 metros, e os rios com largura até 10 metros de largura a lei exige 30 metros de preservação partindo de sua margem.
Muito se ouve falar com a preservação dos 20% e a preservação das beiras de rios e nascentes iríamos deixar de produzir e geram renda nas propriedades, mas há muitas outras formas de produzir e gerar renda sem agredir o meio ambiente.
Usarmos das nossas áreas preservadas como áreas de lazer ou usar meios de gerar renda sem agredir o meio ambiente como produção de erva, produzir d maneira sustentável onde o corte se faz sem agressão ao meio ambiente, também a criação de abelhas técnica chamada apicultura usa para produzir mel, própolis .
Há também a extração da resina, o setor brasileiro de produção de goma-resina hoje ocupa uma posição de destaque no mercado mundial, a resinagem no Brasil teve inicio na década de 70 o pais passou da condição de importador para de exportador esses produtos e seus derivados e hoje atualmente o Brasil é o segundo maior produtor mundial de resina.
Se buscarmos alternativas que não agridam o meio ambiente também há possibilidade de lucrar com isso preservando a natureza e a biodiversidade.

Solo – erosão na agricultura, principais causas e medidas de correção

Solo – erosão na agricultura, principais causas e medidas de correção
Alex Evaldo Wust

O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre e são constituídos de proporções e tipos variáveis de minerais, gases, água e húmus. É produto do intemperismo sobre um material de origem, cuja transformação para solo se desenvolve em um determinado relevo, clima, bioma e ao longo de um tempo. O solo funciona como alicerce da vida terrestre, onde encontramos os micro e macro nutrientes, assim como boa porção da água que plantas necessitam. Para essa vida existir, o equilíbrio dentro do solo deve estar preservado e adequado. Quando isto ocorre, diz se que o solos estão fértil. Se um dos elementos necessários à vida não estiver presente, ou estiver em número insuficiente para aquele bioma, o solo está infértil e deve ser artificialmente corrigido. Muitas vezes, é o próprio homem que torna seu solo infértil, através da erosão ou exploração acelerada.


A erosão pode ser explicada pela perda da camada superior do solo, justamente a que concentra a maior quantidade de nutrientes. O fenômeno, causado pela chuva, pelo vento e pelo manejo inadequado, traz problemas de ordem econômica e ecológica. Uma área erodida normalmente é menos produtiva, o que exige a aplicação de grandes quantidades de fertilizantes. Estes, por sua vez, são potencialmente poluidores.Os microorganismos que desempenham papel relevante nas propriedades do solo são fortemente afetados pela erosão, fenômeno que constitui um dos principais problemas da agricultura brasileira. A conclusão faz parte da dissertação de mestrado defendida pelo biólogo Gustavo Rodrigo Thomazine junto ao Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. De acordo com a pesquisa, que também considerou o impacto de diferentes técnicas de manejo sobre a comunidade microbiana, os fungos e as cianobactérias, elementos que participam da ciclagem de nutrientes e exercem funções fotossintetizantes, respectivamente, mostraram-se mais sensíveis ao processo erosivo.


A agricultura dos países em desenvolvimento tem enfrentando sérias dificuldades por causa da erosão. No Brasil, o fenômeno tem sido registrado em praticamente todos os estados. Anualmente, o País perde aproximadamente 500 milhões de toneladas de solo em virtude da erosão. Isso corresponde à retirada de uma camada de 15 centímetros de solo das regiões Sudeste e Centro-Oeste e mais o Estado do Paraná", compara Thomazine. Para impedir o processo de erosão, a saída está no desenvolvimento sustentado, o que inclui a recuperação e a manutenção do solo.



Curvas de nivel uma das maneiras para reduzir a erosão do solo

domingo, 18 de outubro de 2009

USO DE ARAUCÁRIA PARA ENRIQUECIMENTO DE MATAS NATIVAS (Por Tiago Zen)


A Araucária Angustifólia, ou o popular Pinheiro do Paraná, pertencente à família das coníferas, constitui as chamadas Matas de Araucárias (Floresta Ombrófila Mista)(Figura 1.) localizadas na Região Sul do Brasil e em alguns pontos mais elevados da Região Sudeste, onde predomina o Clima Subtropical com invernos rigorosos, verões quentes, índices pluviométricos elevados e bem distribuídos durante o ano.
Originalmente esta formação possuía grande diversidade tanto vegetal quanto animal, sendo que muitas espécies eram endêmicas desta região como a própria Araucária Angustifólia. O domínio das Araucárias estendia-se por grande parte do Rio Grande do Sul e Paraná, hoje cobrem apenas 1,2% desta área (cerca de 40.774 hectares), dos quais apenas 0,22% está sobre preservação de Unidades de Conservação (UC). Sendo assim ela está extremamente ameaçada de extinção.
Porém, a Araucária Angustifólia seria a espécie mais indicada para o enriquecimento de uma mata nativa? Esta pergunta é complicada, pois há lados positivos e negativos. Segundo o site www.brasilescola.com a Araucária, não é considerada uma espécie pioneira, são espécies de grande porte, que podem chegar a ter de 25m a 50m de altura e troncos com até 2m de diâmetro, isto, e sua não ocorrência de flores impedem o crescimento de outras plantas ao seu redor fazendo com que a floresta fique esparsa e composta por dóceis muito baixos ou ralos, além de pouca variação de espécies.
Por outro lado, segundo NERONI, Rafaela de Fátima (2007) em pesquisa para FAPESP/USP a Araucária Angustifólia tem um importante papel no fornecimento de nutrientes para o solo, pois em suas raízes foram encontradas quantidades significativas de bactérias fixadoras de nitrogênio, como os grupos Pseudonomas sp. e Burkholderia sp. . Também segundo CARDOSO, Elke Jurandy (2004) em pesquisa para USP a Araucária faz parte de um ecossistema rico em diversidade vegetal e animal e possui relações muito fortes entre si. A perda desta espécie ou a falta dela traria uma série de conseqüências negativas para todo o ecossistema envolvendo até a perda de microorganismos abaixo da superfície.
Sendo assim, há duas abordagens. Se tratarmos de florestas “nativas” na visão de recuperação, principalmente APP, vemos que a Araucária de imediato não deverá ser inserida, pois inibe o crescimento de uma série de outras espécies que no início são mais importantes, logo neste período ela não enriquece a mata e sim atrasa seu desenvolvimento. Porém quando abordamos pelo lado de uma mata que já possui certo estágio de desenvolvimento, ou até mata que não foi alterada, a implementação da Araucária é sim muito importante pois é um “elo” de equilíbrio, que fornece nutrientes e integra todos os outros componentes daquele ecossistema.

Uso de produtos não-madeireiros - Edvaldo S. Macagnan


Produtos florestais não-madeireiros consistem em todo o material biológico de origem vegetal não-lenhoso, ou seja, exceto a madeira. De acordo com a classificação do IBGE, que utiliza o termo "produtos extrativos" da floresta, destacam-se: borrachas, gomas não elásticas, ceras, óleos essenciais, fibras, resina, produtos alimentícios e aromáticos.

Vários produtos essenciais, ainda pouco conhecidos poderiam ser destacados para os setores alimentício, farmacêutico, energético e industrial. A milenar cultura indígena e a cultura dos povos ribeirinhos, proveniente das regiões mais remotas do país, escondem verdadeiros tesouros, a destruição irracional dos recursos florestais levam consigo esses tesouros, privando a humanidade de recursos muito importantes. Por isso é preciso entender que todas as riquezas naturais compõem a biodiversidade e tem sua importância para os diferentes organismos que dela dependem para sobreviver.

Nas regiões sul e sudeste do país certos produtos não-madeireiros, como a erva-mate, óleo essencial de eucalipto, urucum, palmito, e produtos de resinagem de pinus se destacam na economia regional. No estado do Paraná nas regiões norte, oeste e noroeste, alguns clones de seringueira tem produzido cerca de 820 a 1510 Kg de borracha/seca/ano, e são importantes componentes na formação do PIB nacional. Com as facilidades locais dessas regiões permitiu-se maior industrialização destas atividades, inclusive a exploração desses recursos em grande escala.

Com o aumento de mercado dos produtos florestais não-madeireiros e da grande variedade desses produtos, seja em função da maior exploração das florestas, seja do cultivo de certas essências em sistemas agroflorestais, o homem busca lucros imediatos, encurtando assim a cadeia natural, e considerando inútil aquilo que não é de seu interesse imediato e ignorando as premissas básicas de seu comprometimento com o equilíbrio ambiental, social e econômico.

Cabe aos órgãos governamentais apoiar as iniciativas que priorizem a utilização de recursos não-madeireiros, uma vez que estes recursos e seus valores de sustentabilidade são ainda pouco explorados, criando políticas de incentivo para a economia local e regional, principalmente das regiões mais distantes, bem como garantir a sobrevivência dos ecossistemas naturais.

Uso de Araucária na recuperação de áreas degradadas - Marcos Smolinski



As matas de Araucárias foram ao longo do tempo sendo muito exploradas, fazendo com que elas ficassem restritas a aproximadamente 3% do seu formato original.

Uma das formas de reverter em parte essa situação seria a implantação da Araucária na recuperação de áreas degradadas, que além de aumentar o número de indivíduos proporcionaria a recuperação de áreas que estão desfavoráveis ao desenvolvimento espontâneo de plantas e animais.

O Pinheiro-do-Paraná ou Araucária (Araucária angustifolia) é uma planta que tem melhor desenvolvimento em regiões com invernos rigorosos e verões quentes onde a predominância do clima subtropical, com níveis pluviométricos altos e bem distribuídos, em altitudes entre 500 e 1800 metros podendo ocorrer em vários tipos de solos, desde os menos férteis até os mais férteis.

Mesmo a região sudoeste do Paraná tendo características favoráveis ao seu desenvolvimento, são poucas as áreas onde ocorre sua implantação, uma vez que o conhecimento sobre as técnicas são muito superficiais, não levando em conta o grande potencial econômico da aplicação dessa cultura. Além de seu potencial econômico deve-se levar em conta a sua importância ambiental, uma vez que fornece alimento e abrigo para inúmeras espécies de animais.

Uma das formas de utilizar a Araucária poderia ser dentro das técnicas silvipastoris, que além de agregar valor a propriedade, promove um desenvolvimento mais rápido pelo espaçamento favorável entre plantas, interagindo de forma positiva com as culturas associadas, por diminuir a incidência de ventos e consequentemente diminui a perda de umidade do solo.

Para tanto deveria haver políticas de incentivo e apoio que tornassem possível o aproveitamento do nosso clima e solos favoráveis na plantação de um símbolo do nosso estado a Araucária, que tem grande importância cultural e ambiental, visando a diminuição dos parâmetros atuais de destruição da mesma.